Lançado originalmente em 1990 para o SNES, ActRaiser foi um clássico cult que misturava ação de plataforma com simulação de construção de cidades, tudo sob a perspectiva de um deus benevolente. Em 2021, a Square Enix trouxe de volta essa pérola com ActRaiser Renaissance, um remake para PC, PS4, Nintendo Switch, iOS e Android que moderniza o jogo sem perder sua essência. Desenvolvido pela Sonic Powered, esse remaster combina combates 2D, gerenciamento de civilizações e uma trilha sonora épica, evocando a era de ouro dos 16 bits enquanto adiciona toques contemporâneos. É uma ode aos fãs de Castlevania, SimCity e narrativas mitológicas. Vamos mergulhar nessa resenha e ver por que ActRaiser Renaissance é uma experiência celestial!
Enredo: Seja o Deus que o Mundo Precisa

Em ActRaiser Renaissance, você assume o papel do Senhor da Luz, uma divindade que desperta após séculos de sono para salvar o mundo de Tanzra, o Senhor do Mal, e seus demônios. A humanidade está à beira da extinção, e cabe a você purificar terras corrompidas e guiar os mortais na construção de civilizações prósperas. A narrativa mistura mitologia com fantasia épica, remetendo a contos bíblicos e lendas gregas, mas com um toque de simplicidade dos anos 90. O remake expande a história com novos diálogos, missões secundárias e um elenco de heróis humanos que adicionam profundidade emocional, conectando o jogador às cidades que protege. É uma trama direta, mas carrega um peso espiritual que ressoa com quem curte jogos com vibe de “deus ex machina”.
Jogabilidade: Ação Divina e Gestão Celestial

ActRaiser Renaissance mantém a fórmula híbrida do original, alternando entre dois estilos distintos: fases de ação em plataforma 2D e sessões de simulação onde você gerencia o crescimento de cidades. Nas partes de ação, você controla um anjo guerreiro (ou a estátua possuída pelo Senhor da Luz, no original) em estágios side-scrolling que lembram Castlevania ou Ghouls ‘n Ghosts. Armado com uma espada e magias divinas, você enfrenta demônios, esqueletos e chefes colossais, como dragões e minotauros. O remake refina os controles, tornando-os mais fluidos, e adiciona um sistema de progressão com upgrades de habilidades, como ataques carregados e magias mais potentes.
Na parte de simulação, você assume o papel de deus, guiando sua civilização como em um SimCity simplificado. Usando um anjo arqueiro, você protege vilarejos de monstros, direciona o crescimento urbano e realiza milagres (como chuva para fertilizar terras ou raios para destruir obstáculos). O remake expande essa mecânica com árvores de tecnologia, eventos narrativos e defesas contra invasões, que adicionam camadas estratégicas. A jogabilidade é intuitiva, mas a curva de dificuldade nas fases de ação pode ser brutal para novatos, especialmente nos modos mais difíceis desbloqueados após o fim da campanha. O multiplayer não existe, mas a campanha solo, com cerca de 15 horas, é robusta e ganha replay com novos desafios e níveis extras.
Pontos Fortes
- Fórmula Híbrida Única: A combinação de ação 2D e simulação de construção de cidades é tão inovadora hoje quanto em 1990, oferecendo variedade constante.
- Visual Modernizado: Os gráficos redesenhados misturam sprites 2D detalhados com cenários 3D, mantendo a vibe retrô enquanto atualizam a experiência.
- Trilha Sonora Épica: A trilha de Yuzo Koshiro, remasterizada e com faixas opcionais do original, é um dos pontos altos, com temas orquestrais que elevam a imersão.
- Conteúdo Extra: Novas fases, missões secundárias, heróis humanos e um modo de dificuldade ajustável aumentam a longevidade.
- Nostalgia com Acessibilidade: O remake mantém o charme do original, mas com controles refinados e tutoriais que tornam o jogo mais amigável para novatos.
Referências aos Filmes: Mitologia e Fantasia Épica

ActRaiser Renaissance não é diretamente inspirado em filmes específicos, mas sua estética e narrativa bebem de clássicos do cinema de fantasia e mitologia que evocam o mesmo período de ouro dos anos 80 e 90 que influenciou o original. A vibe de “deus guerreiro” lembra épicos como Fúria de Titãs (1981), com sua mistura de mitos gregos, monstros fantásticos e heróis humanos. As batalhas contra chefes, como o dragão de três cabeças ou o minotauro, ecoam as criaturas mitológicas de filmes como Jasão e os Argonautas (1963), com o trabalho de stop-motion de Ray Harryhausen. A ideia de um deus guiando mortais também remete a Os Dez Mandamentos (1956), com sua narrativa de intervenção divina, mas com um toque mais fantástico.
O visual dos cenários, com templos flutuantes e terras devastadas, traz à mente a estética de Conan, o Bárbaro (1982), especialmente nas cenas de ação com a espada flamejante do Senhor da Luz. As cutscenes narrativas do remake, com diálogos entre heróis humanos, têm um ar de O Senhor dos Anéis (a trilogia animada de 1978-1980, não a de Peter Jackson), com líderes carismáticos inspirando suas comunidades contra o mal. Até o vilão Tanzra, com sua aura de demônio supremo, lembra antagonistas como Sauron ou o Darth Vader de Star Wars (1977), com sua presença ameaçadora e planos de dominação. A trilha sonora de Yuzo Koshiro, com tons orquestrais grandiosos, reforça esse clima de blockbuster épico, como se John Williams tivesse composto para um game de SNES.
Visual e Áudio: Uma Obra-Prima Retrô-Moderna

O visual de ActRaiser Renaissance é um equilíbrio perfeito entre nostalgia e modernidade. Os sprites 2D foram redesenhados com detalhes vibrantes, mantendo o charme pixelado do original, enquanto os cenários ganharam camadas 3D que dão profundidade sem descaracterizar a estética 16 bits. As animações dos chefes são um destaque, com movimentos fluidos e designs que capturam a grandiosidade de criaturas mitológicas. As partes de simulação têm mapas coloridos que mostram o crescimento das cidades, com detalhes como fazendas e templos que evoluem com o tempo.
A trilha sonora, composta pelo lendário Yuzo Koshiro, é simplesmente divina. Remasterizada para orquestra completa, ela mantém os temas icônicos do original, como “Fillmore” e “Birth of the People”, mas com arranjos mais ricos. Você pode alternar entre as versões remasterizadas e as originais em chiptune, um presente para os nostálgicos. Os efeitos sonoros, como o som da espada cortando inimigos ou o trovão dos milagres, são satisfatórios e reforçam a sensação de poder divino. A ausência de dublagem não faz falta, já que os textos (em inglês ou português) são bem escritos e carregam o peso narrativo.
Veredito

ActRaiser Renaissance é um remake que faz jus ao legado do clássico de SNES, trazendo a fórmula única de ação e simulação para uma nova geração sem perder a alma retrô. A jogabilidade híbrida, os visuais renovados e a trilha sonora de Yuzo Koshiro criam uma experiência que é ao mesmo tempo nostálgica e fresca, perfeita para fãs de Castlevania, SimCity ou narrativas épicas. Apesar de uma curva de dificuldade desafiadora nas fases de ação e da ausência de multiplayer, o game compensa com conteúdo expandido, acessibilidade e um carisma que transcende o tempo. Se você quer ser um deus benevolente e um guerreiro implacável ao mesmo tempo, ActRaiser Renaissance é uma jornada celestial que merece um lugar no seu panteão gamer.
Nota: 8.8/10
“Que a luz divina ilumine seu caminho!” – Senhor da Luz, abençoando os gamers.

E aí, pessoal! Meu nome é Caio Nery e sou um Analista de Sistemas gamer, apaixonado por cinema e pai de uma princesa linda. Meu hobby favorito é jogar videogames, desde os clássicos do Atari até os mais modernos e avançados.
Além disso, eu sou um grande fã de quadrinhos, desenhos, animes e filmes dos anos 80 e 90! Adoro mergulhar na nostalgia e relembrar as histórias que marcaram a minha infância e adolescência.
Também sou um dos integrantes do Podcast Paralello! Lá, eu falo sobre tudo o que mais amo: games, filmes, TV e muito mais! Sempre trazendo temas atuais e também nostálgicos.! Venha nos ouvir!
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