Senta a Púa!
Sim podemos usar esse termo para esse game de Shump incrível, lançado em 21 de Setembro de 2022, apesar de quase 3 anos de seu lançamento, esse jogo ainda é um divertimento para quem gosta de jogos de “navinha” !

Se você já sonhou em pilotar uma nave retrô enquanto enfrenta discos voadores em um filme de ficção científica em preto e branco, Esquadrão 51 Contra os Discos Voadores é o game que te leva direto pra esse universo. Desenvolvido pelo estúdio gaúcho Loomiarts em parceria com a Fehorama Filmes e distribuído pela WhisperGames e Assemble Entertainment, este shooter 2D do gênero shoot’em up (ou “jogo de navinha”, como a gente chamava nos anos 90) é uma pérola indie brasileira que mistura jogabilidade clássica, cutscenes live-action e uma estética que parece tirada de um drive-in dos anos 50. Lançado em 2022 para PC, Nintendo Switch, PS4 e Xbox One, Esquadrão 51 é um tributo aos filmes B de sci-fi e uma prova do talento nacional. Bora decolar nessa resenha e detonar o que faz esse game tão especial!
Enredo: Resistência Humana vs. Invasores Alienígenas

A trama de Esquadrão 51 é puro suco de ficção científica dos anos 50. Alienígenas da Corporação Vega, liderados pelo vilão Diretor Zarog, chegam à Terra prometendo um futuro utópico. Mas, como todo bom filme B, a promessa é uma fachada: os ETs escravizam a humanidade em fábricas sob condições brutais. Surge então o Esquadrão 51, uma força rebelde comandada pela Tenente Kaya, que pilota aeronaves improvisadas para combater os discos voadores e monstros espaciais. A história é simples, mas ganha vida com cutscenes live-action em preto e branco, cheias de atuações exageradas e cenários de papelão que emulam a “tosqueira” charmosa dos filmes de baixo orçamento. É como se Ed Wood dirigisse um game, e isso é um elogio!
Jogabilidade: Navinha Clássica com Toque Moderno

Esquadrão 51 é um shoot’em up de rolagem lateral que resgata a essência de clássicos como Gradius, R-Type e 1942, mas com uma pitada de modernidade. Você controla uma das quatro aeronaves disponíveis, cada uma com armas e características distintas, enfrentando hordas de inimigos em 11 fases que vão de montanhas nevadas a cidades devastadas. A jogabilidade é em 2D, mas com ambientação 3D que dá profundidade aos cenários, criando um visual único.

O game brilha na sua dificuldade dinâmica, que ajusta o desafio conforme seu desempenho, tornando-o acessível para novatos e viciante para veteranos. Você pode melhorar sua nave com upgrades de armas e escudos, desbloqueados ao coletar itens nas fases. Há também um sistema de “bomba” secundária que limpa a tela de inimigos, essencial para os momentos de bullet hell – aqueles em que a tela fica lotada de projéteis. O multiplayer cooperativo local para dois jogadores é um diferencial, perfeito pra dividir a missão com um parceiro e aumentar o caos. Os controles são precisos, mas podem exigir um tempinho de adaptação, especialmente no Nintendo Switch em modo portátil, onde a tela pequena pode dificultar a leitura do cenário.
Pontos Fortes
- Estética Cinematográfica: As cutscenes live-action em preto e branco, com atores reais e cenários práticos, são o coração do game, criando uma imersão que mistura cinema e gameplay de forma única.
- Jogabilidade Viciante: A combinação de mecânicas clássicas com dificuldade dinâmica e upgrades mantém o jogo desafiador e divertido.
- Visual Retrô: A direção de arte emula filmes de sci-fi dos anos 50, com naves penduradas por cabos visíveis e explosões realistas que contrastam com a “tosqueira” intencional.
- Trilha Sonora Imersiva: A música orquestral e os efeitos sonoros reforçam o clima de filme B, com temas que poderiam estar em um longa de Orson Welles ou Ed Wood.
- Orgulho Nacional: Um indie brasileiro que compete de igual pra igual com produções internacionais, com uma produção ambiciosa e criativa.
Referências aos Filmes: Um Tributo aos Clássicos de Sci-Fi
Esquadrão 51 é uma carta de amor aos filmes B de ficção científica dos anos 50, com referências visuais e narrativas que vão fazer os fãs do gênero vibrarem. A estética do game é inspirada em clássicos como O Dia em que a Terra Parou (1951), Invasores de Marte (1953) e A Guerra dos Mundos (1953), mas com um toque de exagero proposital que lembra o estilo de Ed Wood em Plano 9 do Espaço Sideral (1959). As cutscenes live-action, dirigidas por Felipe Iesbick, usam técnicas de chroma key e cenários de papelão para recriar a “precariedade” charmosa desses filmes, com discos voadores balançando em fios e monstros que parecem brinquedos.
O enredo ecoa temas comuns da época, como a paranoia da Guerra Fria e o medo de invasões alienígenas, mas com uma crítica sutil à exploração capitalista – a Corporação Vega escraviza humanos em fábricas, uma alegoria que ressoa com Eles Vivem (1988), de John Carpenter, apesar de ser mais recente. As atuações exageradas de Kaya Rodrigues (Tenente Kaya), Cristian Verardi (Diretor Zarog) e João França (Major Ivan) lembram os diálogos teatrais de filmes como It Came from Outer Space (1953). Até os letreiros gigantescos e a narração dramática nas cutscenes evocam as aberturas de clássicos como Um Corpo que Cai (1958), de Alfred Hitchcock, e as animações Merry Melodies.
O visual das naves e inimigos, com design retrofuturista, parece saído de Flash Gordon (1936) ou Buck Rogers (1939), enquanto as explosões com pólvora real dão um contraste autêntico ao caos pixelado. A trilha sonora, com tons orquestrais, reforça o clima de suspense e aventura, como se fosse composta para um creature feature da época. Pra quem curte Destroy All Humans! (2005), o humor e a estética de Esquadrão 51 vão soar familiares, mas com um sabor 100% brasileiro.
Visual e Áudio: Um Filme B Interativo
A direção de arte de Esquadrão 51 é um dos seus maiores trunfos. O game é todo em preto e branco, com chuviscos e ruídos que simulam a granulação de fitas VHS ou projetores antigos. As cutscenes live-action, gravadas com atores reais em estúdios com chroma key, são um show à parte: os cenários são intencionalmente “baratos”, com cidades de papelão e naves penduradas por fios, enquanto explosões e faíscas reais adicionam um toque de autenticidade. A integração entre gameplay e cutscenes é tão fluida que o jogo parece um longa-metragem interativo – tanto que já foi exibido como filme em eventos especiais.
A trilha sonora, composta por tons orquestrais dramáticos, captura perfeitamente o clima de suspense dos filmes de sci-fi dos anos 50, lembrando as trilhas de Bernard Herrmann. Os efeitos sonoros, como os disparos das naves e as explosões, são robustos e complementam a ação. As vozes dos atores, com dublagem em inglês e legendas em português, têm aquele tom exagerado que combina com a proposta, embora alguns diálogos possam soar meio rígidos. É tudo parte do charme “tosco” que o game abraça com orgulho.
Veredito
Esquadrão 51 Contra os Discos Voadores é uma joia indie que prova o potencial da indústria brasileira de games. Com uma jogabilidade sólida de shoot’em up, cutscenes live-action que roubam a cena e uma estética que presta homenagem aos filmes B dos anos 50, o game entrega uma experiência única que mistura nostalgia, ação e criatividade. Apesar de alguns desafios, como controles sensíveis e a dificuldade inicial para novatos, ele compensa com carisma, dificuldade dinâmica e um visual que faz você se sentir dentro de um clássico de sci-fi. Se você curte Gradius, R-Type ou apenas quer apoiar um projeto nacional de alto nível, Esquadrão 51 é uma viagem intergaláctica que vale cada minuto. Pegue o manche, Tenente Kaya, e salve a Terra dos discos voadores!
Nota: 9.0/10
“O futuro da Terra está em suas mãos!” – Esquadrão 51, decolando com estilo.

E aí, pessoal! Meu nome é Caio Nery e sou um Analista de Sistemas gamer, apaixonado por cinema e pai de uma princesa linda. Meu hobby favorito é jogar videogames, desde os clássicos do Atari até os mais modernos e avançados.
Além disso, eu sou um grande fã de quadrinhos, desenhos, animes e filmes dos anos 80 e 90! Adoro mergulhar na nostalgia e relembrar as histórias que marcaram a minha infância e adolescência.
Também sou um dos integrantes do Podcast Paralello! Lá, eu falo sobre tudo o que mais amo: games, filmes, TV e muito mais! Sempre trazendo temas atuais e também nostálgicos.! Venha nos ouvir!
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Jogos brasileiros devem sempre ser notados!
Ótima coluna Caião!